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Como lidar com e superar a “Síndrome do Pânico”

SAÚDE & BEM-ESTAR – Como lidar com e superar a “Síndrome do Pânico”
Por Alexandre Peconick (texto de abertura) / Foto: Site Sxc.hu

medo de lugares públicos e de se expor são naturais na manifestação da “Síndrome do Pânico”
 
Aparentemente são pessoas comuns: centradas, éticas e cientes daquilo que têm que realizar. Porém, distúrbios de origem psicossomática podem colocar a vida desses profissionais a perder. Eles sofrem da chamada...Síndrome do Pânico.
Ele ou ela entra no consultório com aparência mais saudável possível, costumam ter entre 20 e 35 anos e quase sempre trazem uma pilha de exames totalmente normais. Olham para o médico como se ele fosse as suas últimas esperanças.
Geralmente são adultos bem sucedidos. Tem uma autocrítica acima da média, e por serem muito competentes atraem, naturalmente, muita responsabilidade. Isto de maneira lenta e progressiva leva a um conflito interno. Este conflito gera ansiedade que se persistir, pode culminar com o distúrbio da ansiedade* mais conhecido no momento: “a síndrome do pânico” ou “ataque de pânico”.
Os distúrbios da ansiedade não são considerados condições psiquiátricas e são caracterizados por componentes psicológicos (tensão, medos, apreensão e dificuldade de concentração) e somáticos (taquicardia, aumento da freqüência respiratória com sensação de falta de ar, palpitação, tremores e transpiração).
Os distúrbios da ansiedade são: 1) transtorno obsessivo-compulsivo; 2) ansiedade generalizada; 3) ansiedade fóbica; 4) transtornos dissociativos. 5) transtorno do pânico (síndrome do pânico).
No ataque de pânico, os pacientes se queixam de uma crise de taquicardia, formigamento ao redor da boca, lábios e nas extremidades (mãos), taquicardia (aumento da freqüência dos batimentos cardíacos), falta de ar, transpiração intensa e fria, principalmente nas mãos, e as vezes sensação de desmaio. Junto com estas manifestações fisiológicas, o paciente se queixa de um medo intenso de morrer. Apesar de curta e imprevisível, a crise pode ser desencadeada por lugares muito cheios (shopping, cinema, trânsito etc), caracterizando a agorafobia (medo de lugares repletos de pessoas). Em trinta por cento dos casos, o ataque de pânico acontece no meio da noite.
Todos os pacientes sentem uma ansiedade antecipatória da crise, gerando insegurança que os limita para atividades rotineiras. Estes pacientes freqüentemente acabam em um serviço de emergência queixando-se de ataque cardíaco ou queda de açúcar.
Ora, o que temos que entender é que diante das pressões do mundo moderno, somos cobrados intensamente (principalmente por nós mesmos) e nos agredimos tanto que o nosso organismo libera a resposta de defesa pré-programada mais primitiva: adrenalina no sangue. O paciente então apresenta todas as manifestações somáticas, não entende o que está acontecendo, acha que vai morrer e entra em pânico. 
 
E como lidar com isso?
 
Primeiramente devemos pesquisar se o paciente esta dormindo bem, pois estes ataques estão fortemente associados a noites mal dormidas. Sendo este o fator de estresse e ansiedade. Uma vez descartado o distúrbio do sono, devemos optar por medicamentos e psicoterapia com o intuito de detectarmos e tratarmos o foco de ansiedade. Estes medicamentos controlam rapidamente e facilmente a maioria dos casos.
Na crise aguda os benzodiazepínicos são os preferidos (popular calmante). Para manutenção do tratamento, dá-se preferência aos antidepressivos, não porque o paciente está deprimido, mas sim porque estes medicamentos funcionam bem e não causam dependência. Este tratamento dura de um a dois anos. O acompanhamento com um profissional especializado (psicólogo ou psiquiatra) é bom e sempre recomendável.
Na realidade temos de conscientizar o paciente a não se envolver tanto, a apertar o “botão dane-se”, a procurar mudar de hábitos, ter mais válvulas de escape. A válvula de escape que mais recomendo é o esporte quando possível.
A leitura de assuntos agradáveis e diferentes do assunto de trabalho sempre ajuda. A introspecção diária é importantíssima para localizar o foco da ansiedade. Uma vez localizado, devemos enfrentar o problema de frente e escolhermos a melhor solução, sem culpa.
Geralmente a família sofre porque não consegue ajudar e sobrecarrega o paciente porque vê a pessoa passar por cardiologistas, clínicos, neurologistas, gastroenterologistas, otorrinolaringologistas, etc., fazer exames, tomar calmantes, estimulantes e vitaminas sem melhora. Então começa a dizer que é fita, "frescura", falta de força de vontade, de coragem, e começa a dar palpites para você "se ajudar" "se animar" "reagir" e etc., como se você não soubesse de tudo isso.
 

Veja aqui dicas para lidar com a Síndrome do Pânico
1. Existem alguns casos em que o primeiro remédio não produz resultado. Isso não quer dizer caso grave e nem incurável. Na maioria das vezes basta trocar a medicação.
2. Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação. Interromper a medicação antes da hora significa quase sempre uma recaída.
3. A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico é benigna e curável, quase todos os sintomas desaparecem nas primeira horas de tratamento, porem ela é muito "teimosa" e o tratamento de manutenção é longo. Evidentemente que sem sintomas, mas com a manutenção da medicação.
4. A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico pode reaparecer sim, mesmo que os problemas tenham acabado.
5. Durante o Transtorno do Pânico ou Síndrome do Pânico a pessoa pode passar por fases de depressão. Isso não quer dizer que você sofra de duas doenças.
6. Algumas pessoas com Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico tem receio de fazer ginástica. Pelo contrário, um bom condicionamento físico é sempre importante, ainda mais para quem está sujeito a ter crises de taquicardia. Além disso, ginástica libera Endorfinas, que são nossos Antidepressivos naturais e aumentam nosso bem estar.
7. Yoga, meditação, massagem de relaxamento: sempre ajudam e muito, principalmente as duas primeiras.
Diminuir álcool e cafeína (café, chá preto, chá mate, refrigerantes) sempre ajuda.
 
Outras dicas para prevenir síndrome do pânico
1) Durma bem, se tiver dificuldade procure um profissional para pesquisar o motivo;
2) evite comer durante o trabalho, pare e faça as refeições com calma;
3) coma uma fruta entre as refeições;
4) faça uma atividade física pelo menos 60 minutos, pelo menos, três vezes por semana (comece devagar);
5) faça o que estiver a seu alcance, para aquilo que estiver fora do seu alcance, aperte o “dane-se” e seja feliz.
6) faça mais vezes o que gosta;
7) seja menos rigoroso consigo mesmo
 
Principais Sintomas da Crise de Pânico:
A crise de pânico vem rapidamente e com severa angústia. A sua duração média é de 20 a 30 minutos, podendo variar de minutos a horas, atingindo seu ápice em aproximadamente 10 minutos. A freqüência de ocorrência das crises é variada e estas são em geral totalmente debilitantes, sendo usualmente seguidas de fadiga, conseqüência do desgaste gerado pela mesma. Os Principais sintomas de uma crise de Pânico são:
  • Dor no peito
  • Palpitação
  • Falta de ar
  • Ondas de frio ou calor
  • Sudorese abundante e fria
  • Formigamento das mãos e pés
  • Tonteira, Vertigem, Instabilidade,
  • Fraqueza, Sensação de desmaio
  • Sensação de engasgo
  • Tremores
  • Rigidez
  • Palidez
  • Reflexos intensificados (hipervigilância)
  • Sensação de morte ou loucura eminente
  • Sensação de perda de controle, dificuldades no pensamento linear e lógico
 
A Síndrome do Pânico é um problema sério?
 
A S.P.. já é considerada um problema sério de saúde. Atualmente 2 a 4% da população mundial sofre deste mal, que acomete mais mulheres do que homens em uma proporção de 3 para 1. Há muito que a S.P. deixou de ser um diagnóstico de exclusão. Hoje, mais do que nunca, há necessidade de um diagnóstico de certeza para tal entidade clínica. As pessoas que sofrem deste mal costumam fazer uma verdadeira "via-crucis" a diversos especialistas médicos e após uma quantidade exagerada de exames complementares recebem, muitas vezes, o patético diagnóstico do "nada", o que aumenta sua insegurança e seu desespero. Por vezes esta situação dramática é reduzida a termos evasivos como: estafa, nervosismo, estresse, fraqueza emocional ou problema de cabeça. Isto pode criar uma incorreta impressão de que não há um problema de fato e de que não existe tratamento para tal patologia.

A S.P. é real e potencialmente incapacitante, mas pode ser controlada com tratamentos específicos. Por causa dos seus sintomas desagradáveis, pode ser confundida com uma doença cardíaca ou outra doença grave. Frequentemente as pessoas procuram um pronto-socorro quando têm a crise de pânico e podem passar desnecessariamente por extensos exames médicos para excluir outras doenças.

Os médicos em geral tentam confortar o paciente em crise de pânico, fazendo-o entender que não está em perigo. Mas estas tentativas podem às vezes piorar as dificuldades do paciente: se o médico usar expressões como "não é nada grave", "é um problema de cabeça" ou "não há nada para se preocupar", isto pode produzir uma impressão incorreta de que não há problema real e de que não existe tratamento ou de que este não é necessário. 

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